Vai, pega essa caneta
Começa a escrever seu testamento
Vai, velho,
Como se fosse dar tempo de terminar
Assina no meio,
Deixa o resto que não importa
Lave as suas mãos e parta
Vai embora
Encontra tua felicidade que há muito se foi
E há muito virá de ser
Será?
Ser
Irá, porque esse verbo perdeu o tempo há muito tempo
Há todo tempo, aliás
Não é infinitivo, nem passado, nem futuro
É eterno
Esse é o verbo em que todos se conjugam
Esse é aquele, você, e o outro
Esse somos todos
Eternos,
Reticências do tempo
Ordem divina
De ser,
De estar,
De haver,
Haja o que houver.
Rodrigo Aylmer
você é um poeta!
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