Estranha espada sem gume
Pequena lança sem ponta
Peça que constrói e desmonta
Monte alto e sem cume
A mesma carne que cortas, costura
A mesma dor que odeias, maquina
Porque mesmo sendo amarga, és cura
E mesmo sendo torpe, és vacina
Sorte, no entanto, que não és paralela
Para que de ti dissessem uma verdade só
De tal forma que, sem valor, torna-te pó
E, com ele, torna-te bela
Sei que és muitas, verbo
Tantas faces que tens na língua
Brilha como a luz
Porém, sendo humilde servo,
Sua verdade me mingua,
E sua relutância, me seduz
Rodrigo Aylmer
Brilhante.
ResponderExcluirum texto fluido e envolvente.
Seus textos estão crescendo em profundidade e qualidade
congrats!