Sentado na esquina. Apenas observando. Aquela cena clássica, em que todos nós já passamos, de esperar a carona sentado na esquina, olhando para o nada. O som das rodas dos carros se arrastando pelo asfalto cinzento, as várias cores e sons que vemos e escutamos, pedestres apressados e sem tempo para viver passando, nada que eu nunca tenha visto. Realmente, era uma cena com nada de única.
O tempo passava e a carona, nada de chegar. Nesse momento era de costume encostar a cabeça na mão, dar um suspiro e pensar no que fazer sábado à noite, sair com os amigos ou ver um filminho em casa. Mas dessa vez não foi assim.
Não entendo o por quê das coisas. Nunca entendi e infelizmente nunca vou entender. Não por ignorância ou por incapacidade, mas porque elas não são para serem compreendidas, apenas para serem aceitas do jeito que são.
Um olhar foi o suficiente para descobrir que aquela cena que estava diante dos meus olhos nunca foi igual, nunca foi uma mesmice. Nada é igual. Se você for perceber, há sempre uma pincelada diferente, um toque, ou as vezes dois ou três ou mais. Nunca se sabe, a não ser que se observe. Uma senhora passeando com os netos, cada um deles com palitos de sorvete na mão, todos lambuzados com o sabor chocolate. Uma folha a mais que caiu, com seu pigmento verde-amarelado, daquelas que só no Brasil tem. Um casal de abelhas, que dançam ao redor das orquídeas plantadas no jardim do prédio. Até mesmo o asfalto, que firmemente resiste ao massacre que é submetido. Eu nunca imaginei que em vinte e cinco minutos, eu veria tudo isso
Rodrigo Aylmer
Filho,
ResponderExcluirquando nossos olhos mudam, tudo muda.
Luigi Pirandelo, Premio Nobel de Literatura disse: Assim é se lhe parece.
Jesus (em Mateus 6; 22) disse: Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz.
Filho, seus olhos são bons e voce é cheio de luz
Amo você e seu jeito único de se expressar.
Admiro demais sua forma de ser e escrever
com amor
Dad